17 de maio e a ação do Escritório de Turismo da Noruega contra a Lgbtfobia
- Acento Comunicação
- 17 de mai. de 2021
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Foto: Luísa Reverey Descrição da imagem: Duas mulheres se beijando e brindando com espumante.
Em 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID). Desse modo, a data tornou-se o Dia Internacional contra a Homofobia, dia de para relembrar a luta da comunidade LGBTQI+.
Durante quase cinco anos, fui Community Manager das redes sociais do Visite Noruega no Brasil, que o departamento que promove o turismo do país escandinavo em outros países. Para que não sabe 17 de maio é o principal feriado do país, que celebra o dia da Constituição da Noruega. Embora a data represente uma parte muito importante da cultura norueguesa, o Escritório de Turismo da Noruega - a matriz - optou por produzir campanha especial nas redes sociais para destacar a luta contra a homofobia em 17 de maio de 2019.
A matriz criou muito conteúdo para data, como artigos para o site e vídeos. A ação, no entanto, estava (está) atrelada à postura do país, não foi apenas discurso vazio ou campanha de marketing com intenção de ganhar likes nas mídias sociais do destino. A Noruega foi o primeiro país do mundo a legalizar as relações entre pessoas do mesmo gênero, assim como é um dos lugares mais seguros para gays, lésbicas, bi, trans do planeta.
Além de usar o material produzido na Noruega, também criamos conteúdo específico para o público brasileiro. O Visite Noruega não tem mais redes sociais para o Brasil, ainda é possível ver a conta do Instagram. O conteúdo de vídeo feito por nós foi publicado apenas no stories, por não está mais disponível. Entretanto, a campanha se deu principalmente no Facebook, que não existe mais, mas podem ver o material na página principal (da matriz).
Como foi a recepção da campanha? No Instagram, não tivemos nenhum problema. Já no Facebook, onde a campanha foi muito mais incisiva, recebemos muitas mensagens lindas, de gente que amou a campanha. No entanto, também recebemos comentários negativos e raivosos, afinal era 2019. Como a gente "enfrentou essa crise"? Ficamos o dia inteiro monitorando a campanha. Primeiro, explicamos que não aceitaríamos comentários de ódio e que baniríamos os usuários que os fizessem. Foi exatamente isso que fizemos. Segundo, muitos usuários escreviam "vou deixar de seguir a página" e a nossa resposta era "Sinto muito por você".
Com relatório final, a matriz nos informou que a campanha teve resposta positiva no Brasil, apesar de alguns comentários lgbtfóbicos que recebemos. Por fim, a mensagem era mais importante do que o engajamento, ou seja, a ação não foi feita para aumentar o engajamento, mas passar uma mensagem.
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